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quinta-feira, 27 de maio de 2010

SOBRE LUANAS E MOSCAS INSANAS



Diz o ditado que “em boca fechada não entra mosca”. Mas os insetos fizeram a festa em céus e palatos apressados. Aconteceu no Twitter. E a metáfora é para ser entendida como tal, pois os twitteiros, sabemos, usam teclas para se comunicar. Os teclados de algumas pessoas devem estar apinhados de mosquitos e outras espécies que gostam de matéria orgânica fresca e molenga.

Respondo particularmente à apresentadora de TV Rosana Hermann (@rosana) e à gremista @isoborino. Sem sequer folhear o livro TWITTER, CHICLETE & CAMISINHA (que será lançado nesta quinta (27/05/2010) na Fnac Paulista -mais detalhes aqui ), fizeram comentários sem sentido e descontextualizados, em posts datados de ontem.

Entendo o nervosismo das moças, em sua conversa de comadres. As duas praticaram o usual hábito do “não li e não gostei” ou do “não comi e vomitei”. É normal no dia de hoje. Não há tempo para a leitura, dizem as pesquisas. Além disso, não dá para sacrificar a hora do cabeleireiro ou da maquiagem. É perfeitamente compreensível.

O que não é compreensível é o acúmulo de palavras sem sentido. Antes de ser leviano, é bom refletir, pesquisar e se informar.

Talvez uma mestre de Física Nuclear consiga entender o complexo processo editorial que envolve a produção de um livro, apesar desse assunto (meramente humano) estar tão distante das partículas atômicas e dos camarins de maquiagem da televisão.

Um livro é escrito meses antes da publicação, submetido à aprovação da editora, mandado para a revisão, diagramado e finalmente enviado para as impressoras.

Depois que o botão “imprima-se” é apertado, é impossível mudar alguma coisa (vale lembrar que livro não é blog e nem programa de TV). O autor pode ter escrito sobre o “presidente em exercício” 12 meses antes. Quando o livro é publicado, o referido presidente pode ter sido deposto ou até morrido. Entre o momento da escrita e o momento em que o livro chega às livrarias, passa-se uma eternidade (nos tempos rápidos da mídia instantânea e frívola).

Foi o que aconteceu no caso da minha querida Luana Piovani, da qual sou admirador -- como coloco em meu livro. Caso as moçoilas acima tivessem a curiosidade de folheá-lo numa boa livraria, poderiam ler o que foi escrito. Ali estão páginas e páginas de trabalho suado, pesquisa, reflexão e pensamento.

Os poucos parágrafos em que cito Luana Piovani foram escritos em maio do ano passado. Naquela oportunidade, várias listas a incluíam entre as pessoas famosas que estavam no Twitter... E a atriz não havia ainda se manifestado publicamente. *Engraçado: em muitas dessas listas aparece @rosana como perfil da apresentadora famosa. Será que é fake?*

Na oportunidade, enviei mensagens para a Luana, pedindo uma entrevista, mas ela não me respondeu. No seu blog, há um espaço em que a atriz responde a perguntas. Nunca houve uma resposta, é uma pena. Nem da Luana nem de suas assessoras.

Sou jornalista de profissão e me pautei nas várias fontes que mencionavam o perfil de Luana Piovani do Twitter como verdadeiro. Ainda hoje, a atriz aparece nessas relações (veja links no final deste artigo para conferir). Não podia adivinhar que era um fake. Ninguém possui essa bola de cristal.

No meu livro, caso as moçoilas tenham a curiosidade (para não dizer inteligência e senso de justiça), falo desse tipo de perfil. O Jô Soares, por exemplo, tem hoje 274 mil seguidores. Entrevistei um deles, que me confessou que não sabia que ele era um perfil falso.

Como jornalista, meu trabalho é público. Já entrevistei a apresentadora Rosana Hermann para uma matéria sobre privacidade on-line (clique aqui e leia). Recentemente, ofereci meu livro para ela pelo próprio Twitter. Ela, como Luana, não respondeu. Acredito que não tenha tempo para ler seus "pilhares" de mentions... Que pena.

Aceito todas as críticas a meu trabalho, já que ele é público e eu sou somente um homem, falível como todos os homens (de Sócrates a Lévi-Strauss). Mas não aceito leviandade.

Se as moças tivessem o trabalho de ler o livro, veriam que explico que não importa o número de seguidores, mas a “arte twitteira” de alguém (ooops, “arte twitteira”, o que é isso? -- Está no livro!)

Se tivessem se dado ao trabalho de fazer uma leitura dinâmica da obra, veriam que lancei algo realmente novo, uma análise baseada em conceitos da Semiótica e do Behavioral Marketing (Oops, Semi-oquê? Beheivi-oquê? -- Está no livro!), para desvendar o motor da comunicação rápida e sintética do Twitter.

Bem, fica aqui minha colocação. Com todo respeito às moças (que são pessoas da mais nervosa boa intenção – e de boa intenção o inferno está pleno), estou aberto ao debate, desde que baseado em argumentações lógicas e coerentes.

Quanto às leviandades, às palavras atiradas ao vento e aos trique-triques de salão de cabeleireiro.... bem, isso não é assunto meu: mais interessam aos mosquitos invejosos e às moscas insanas! *TOR*

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